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Ata do Copom: nossa visão

Leia a íntegra da análise da equipe econômica do C6 Bank

Atualizado em

Leia a íntegra da análise da equipe econômica do C6 Bank, liderada pelo economista-chefe Felipe Salles, sobre a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central divulgada nesta terça-feira (9).

Copom sinaliza fim do ciclo e Selic elevada por período prolongado

O Banco Central divulgou nesta terça-feira (9) a ata das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) dos dias 2 e 3 de agosto, apresentando mais detalhes sobre os rumos da política monetária.

As projeções de inflação do BCB no cenário de referência caíram de 8,8% para 6,8% para 2022 e subiram de 4% para 4,6% para 2023. Para 2024, o modelo segue indicando inflação de 2,7%. Além disso, conforme afirmado no comunicado, o BCB passou a dar ênfase à inflação acumulada em doze meses no primeiro trimestre de 2024 ao invés do ano calendário de 2023. A projeção do Banco Central para este período situa-se em 3,5%. Este cenário supõe trajetória de juros que permanece em 13,75% até o final de 2022 e reduz-se para 11% ao final de 2023.

A ata esclareceu que a projeção da inflação de doze meses no primeiro trimestre de 2024, para a qual o comitê passou a dar ênfase, “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”. Além disso, o texto afirma que “a projeção de inflação para o ano-calendário de 2024 também se encontra ao redor da meta estipulada.” Ou seja, para o horizonte que o BCB está mirando, as projeções dos seus modelos já se encontram ao redor da meta.

A deterioração das expectativas de inflação para 2023 era um dos principais fatores que, na nossa visão, fariam a autoridade monetária continuar com mais um ajuste nos juros na reunião de setembro. No entanto, a ata ressaltou que “a elevação das expectativas e das projeções de médio prazo se concentrou na inflação de preços administrados, em função do caráter temporário de algumas medidas tributárias.”

O Comitê sinalizou que “avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, na próxima reunião, com o objetivo de trazer a inflação para o redor da meta no horizonte relevante”. O Comitê também afirmou que “seguirá vigilante e avaliará se somente a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros por um período suficientemente longo assegurará tal convergência”.

Em resumo, acreditamos que a comunicação e as projeções do BCB são condizentes com a manutenção da taxa Selic em 13,75% ou com um último ajuste de 25 pontos-base na reunião de setembro.

Equipe Econômica C6 Bank

Felipe Salles Head
Claudia Moreno Head Brasil
Claudia Rodrigues Head Internacional
Felipe Mecchi Internacional
Heliezer Jacob Brasil

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