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Copom sobe Selic a 13,75% e considera última alta em setembro

Leia a íntegra da análise da equipe econômica do C6 Bank

Atualizado em

C6 Bank Felipe Salles. Foto: Germano Lüders

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (03) o aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros. Com a decisão, a Selic saltou de 13,25% para 13,75% ao ano.

Leia a íntegra da análise da equipe econômica do C6 Bank, liderada pelo economista-chefe, Felipe Salles:

O Banco Central do Brasil (BCB) confirmou as expectativas e elevou a taxa Selic nesta quarta-feira em 50 pontos-base, de 13,25% para 13,75%. Com relação à comunicação, o comitê afirmou que “avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”.

As projeções de inflação do BCB no cenário de referência caíram de 8,8% para 6,8% para 2022 e subiram de 4% para 4,6% para 2023. Para 2024, o modelo segue indicando inflação de 2,7%. Este cenário supõe trajetória de juros que permanece em 13,75% até o final de 2022 e reduz-se para 11% ao final de 2023. O comitê introduziu uma inovação na maneira de avaliar o horizonte relevante. Em função dos impactos das alterações tributárias, o comitê “optou neste momento por dar ênfase à inflação acumulada em doze meses no primeiro trimestre de 2024, que reflete o horizonte relevante, suaviza os efeitos diretos decorrentes das mudanças tributárias, mas incorpora seus impactos secundários sobre as projeções de inflação relevantes para a decisão de política monetária”.  A projeção para este período no modelo do Banco Central situa-se em 3,5% no acumulado em 12 meses.

O BCB reafirmou que, “diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista”. Esse trecho justifica a continuação das elevações de juros. De fato, as projeções da Pesquisa Focus encontram-se acima das metas tanto em 2022 (7,15% versus 3,5%) quanto em 2023 (5,33% versus 3,25%). O Comitê entende que a decisão de subir os juros em 50 pontos-base “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024”.

Quanto aos próximos passos, o Comitê afirmou que “avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”. O texto enfatizou que “seguirá vigilante e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas”.

Em resumo, acreditamos, por ora, que a comunicação e as projeções do BCB são condizentes com a manutenção da taxa Selic em 13,75% ou com uma última alta de 25 pontos-base na reunião de setembro. Aguardamos a ata da reunião, que será divulgada na próxima terça (9), para termos mais detalhes sobre os rumos futuros da política monetária.

Equipe Econômica C6 Bank:

Felipe Salles Head
Claudia Moreno Head Brasil
Claudia Rodrigues Head Internacional
Felipe Mecchi Internacional
Heliezer Jacob Brasil

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