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Equipe econômica do C6 Bank vê Selic em 11,75% em março

Após bater a máxima em março, juros devem cair até 11,25% ao final de 2022.

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou na quarta-feira (8) a taxa básica de juros (Selic) em 1,5 ponto percentual, para 9,25% ao ano.

Segundo a equipe econômica do C6 Bank, a decisão do Copom veio em linha com a expectativa do mercado e reforça a estratégia do Banco Central de manter os juros elevados para controlar a inflação.

Pela previsão do C6 Bank, o Copom elevará os juros em 1,5 ponto percentual na próxima reunião, em fevereiro, e promoverá nova alta, de 1 ponto, no encontro de março. Com isso, a Selic sairá dos atuais 9,25% ao ano para 11,75%.

A estratégia do Banco Central visa trazer a inflação medida pelo IPCA para o centro da meta (3,25%) em 2023.

Abaixo, veja a íntegra da nota da equipe econômica do C6 Bank. O documento é assinado pelo economista-chefe Felipe Salles e pela equipe formada por Claudia Moreno, Claudia Rodrigues, Felipe Mecchi e Heliezer Jacob.

O Banco Central do Brasil (BCB) elevou a taxa Selic nesta quarta-feira de 7,75% para 9,25%. Adicionalmente, sinalizou que deverá fazer um novo ajuste de 150 pontos base na próxima reunião, que acontecerá nos dias 1 e 2 de fevereiro, mas enfatizou que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas.

As projeções de inflação do BCB no cenário base situam-se em torno de 4,7% para 2022 e de 3,2% para 2023. Este cenário supõe trajetória de juros que se eleva até 11,75%, porém recua para 11,25% ao final de 2022 e para 8% ao final de 2023. O Copom considerou que, diante do aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista. De fato, as projeções da Pesquisa Focus encontram-se acima das metas tanto em 2022 (5,02% versus 3,5%) quanto em 2023 (3,5% versus 3,25%). Em nossa visão, a taxa Selic em 11,75% seria compatível com avanço significativo em território contracionista, pois seria suficiente para trazer a inflação de 2023 à meta, de acordo com os modelos do BCB. O comunicado informou também que o Copom irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. Interpretamos “perseverar em sua estratégia” como intenção de manter a taxa Selic estável em patamar contracionista (ou seja, 11,75%) até que o processo de desinflação e ancoragem de expectativas estejam assegurados.

Em suma, acreditamos que a comunicação é compatível com o nosso cenário de uma alta adicional de 150 pontos base, seguido de outra alta de 100 pontos base na reunião de março, elevando a taxa Selic ao nível de 11,75% ao final do ciclo de aperto monetário e permanecendo neste patamar até pelo menos o final do ano. Aguardamos a ata da reunião, que será divulgada na próxima terça (14/12), para termos mais detalhes sobre os rumos futuros da política monetária.