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O que é Taxa Referencial? Qual é o impacto no seu bolso?

A Taxa Referencial impacta questões como o rendimento da poupança, de títulos de capitalização, do FGTS, entre outras

Atualizado em

gráfico de linha ilustrando a taxa referencial
A Taxa Referencial foi criada em 1991 e existe até hoje, embora com objetivo diferente

Muitos brasileiros já estão familiarizados com a Taxa Referencial. Criada em 1991, a famosa taxa foi essencial para indicar o rendimento com relação a alguns investimentos e financiamentos, na época. Ainda hoje, é usada em alguns contextos, embora de forma mais pontual.

Por conta dessa importância e da presença quase atemporal da Taxa Referencial na vida financeira dos brasileiros nos últimos 30 anos, o C6 Bank preparou este post. Nele, vamos explicar de forma mais aprofundada o funcionamento dessa taxa, bem como para que ela serve, como é calculada, entre outras informações importantes. Ao final do texto, você terá aprendido:

  • O que é taxa referencial?
  • Para que serve a taxa referencial?
  • Como é calculada a taxa referencial de juros?
  • Qual o valor da TR em 2022?
  • Histórico da taxa referencial do Bacen
  • Qual o impacto da TR nos investimentos?
  • Taxa de referência no FGTS
  • TR e títulos de capitalização
  • A taxa referencial ainda está presente nos financiamentos imobiliários?
  • E na caderneta de poupança?

A Taxa Referencial não é o único conceito econômico que marcou presença na vida dos brasileiros. Conheça outros também importantes nas seguintes matérias: :

O que é taxa referencial?

A Taxa Referencial, também conhecida apenas como TR, foi criada na década de 90 a fim de cumprir o papel de uma taxa de juros que pudesse ser usada como referência. Na época, isso se mostrava necessário por conta do cenário de alta inflação vivenciado pelo país – já que o aumento da taxa de juros é um conhecido mecanismo no que diz respeito ao controle dos preços.

Para que serve a taxa referencial?

Hoje em dia, a TR cumpre a função de indicador, sendo responsável por determinar a rentabilidade de certas modalidades de investimento no país. É o caso de ativos como:

Adicionalmente, também impacta a correção do saldo devedor de financiamentos imobiliários e outros tipos de empréstimo. Já seu papel anterior, de controle da inflação, acabou sendo assumido pela Taxa Selic, a taxa básica de juros brasileira.

pessoa segurando celular com grafico de linha representando para que serve a taxa referencial
A TR ajuda a determinar a rentabilidade de produtos como a poupança

Como é calculada a taxa referencial de juros?

O cálculo da TR depende do valor de outro indicador econômico brasileiro: a Taxa Básica Financeira, também conhecida como TBF. Até pouco tempo atrás, a TBF era equivalente à média das taxas oferecidas em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e Recibos de Depósitos Bancários (RDBs) prefixados emitidos nos últimos 30 dias.

No entanto, em 2018 o Banco Central mudou a metodologia. A TR continua sendo ligada à TBF, mas o valor da Taxa Básica passou a ser calculado a partir das taxas detítulos públicos prefixados do Tesouro Nacional – isto é, as Letras do Tesouro Nacional (LTNs).

Leva-se em consideração, portanto, a média ponderada dos juros praticados em negociações com LTNs no mercado secundário. Apesar da mudança, todavia, o resultado do cálculo permaneceu praticamente o mesmo. A fórmula, nesse caso, passou a ser:

TR = 100 x {[(1 + TBF / 100) / R] / -1}

O R, nesse caso, se refere a um redutor utilizado para descontar o valor dos impostos cobrados.

Qual o valor da TR em 2022?

Em 17 de novembro de 2022, a Taxa Referencial era de 0,2112%. No entanto, não precisa se preocupar em guardar esse valor, pois ele é atualizado todos os dias. A boa notícia é que ela não costuma oscilar, apresentando mudanças de menos de 1% ao longo de extensos períodos.

Histórico da taxa referencial do Bacen

Apesar da baixa variação hoje em dia, a TR já passou por momentos de grande instabilidade, desde sua criação em 1991. Desde o segundo semestre de 2017, inclusive, ela estava zerada, tendo voltado a apresentar valores positivos apenas em 2022 – embora de maneira tímida.

Na tabela abaixo, você confere a variação anual da Taxa Referencial desde sua criação:

AnoTR (%)AnoTR (%)
1991335,5220071,45
19921156,2220081,63
19932474,7420090,71
1994951,2020100,69
199531,6220111,21
19969,5620120,29
19979,7820130,19
19987,7920140,86
19995,7320151,80
20002,1020162,01
20012,2920170,60
20022,8020180,00
20034,6520190,00
20041,8220200,00
20052,8320210,00
20062,0420220,2112 (até 18/11)

Qual o impacto da TR nos investimentos?

O impacto da Taxa Referencial é diferente de acordo com o produto com o qual ela está se relacionando. Vamos falar sobre cada caso em mais detalhes, a seguir.

Taxa de referência no FGTS

O FGTS é um benefício concedido aos trabalhadores com carteira assinada, funcionando como uma reserva financeira para caso o empregador seja desligado de seu local de trabalho. Além disso, também pode ser sacado antecipadamente por meio do Saque-Aniversário, caso você precise do dinheiro para algo em específico.

A reserva é composta por depósitos mensais que equivalem a 8% do salário bruto do trabalhador. Essa quantia, por sua vez, fica acumulando sob a correção monetária da Taxa Referencial, mais 3% ao ano. Dessa forma, pode-se dizer que, quanto maior a TR, mais dinheiro você acumulará no FGTS.

TR e títulos de capitalização

Os títulos de capitalização são aplicações programadas com prazo pré-estabelecido oferecidas por alguns bancos. Ao adquirir um título, seu proprietário também ganha o direito de concorrer a sorteios de prêmios em dinheiro.

Na prática, o que acontece é que todos os meses uma quantia da sua conta é destinada para a compra desse produto. Ao final do prazo, você retira de volta todo o dinheiro que investiu. A ideia é que você economize dinheiro, com a possibilidade de ainda ser premiado.

Nesse sentido, a TR mais uma vez tem influência na rentabilidade dessa aplicação, uma vez que é o indicador de referência. Como esse tipo de papel não costuma contar com outras formas de remuneração, a TR acaba sendo importante para indicar se você terá um bom retorno ou não.

A taxa referencial ainda está presente nos financiamentos imobiliários?

Depende. Antes da atualização em sua fórmula, a TR era obrigatória na correção de contratos firmados fora do Sistema Financeiro de Habitação. No entanto, também houve mudanças nesse sentido, com o objetivo de tornar o mercado mais competitivo.

O resultado disso é que, atualmente, não são todos os contratados que utilizam a TR para atualizar o saldo devedor. O IGP-M, IPCA ou INCC são exemplos de outros índices que podem ser utilizados.

E na caderneta de poupança?

Em conjunto com a Selic, a variação da TR também marca presença no valor da remuneração da poupança. Porém, a modalidade em que o valor muda de acordo com a Selic só entrou em vigor em 2012, de modo que os valores depositados antes desse período seguem a regra de: 0,5% ao mês + TR.

Essa regra também se aplica ao cenário em que a Selic está acima de 8,5% – nesse caso, a poupança paga 0,5% ao mês + TR. Quando os juros estão iguais ou abaixo de 8,5%, no entanto, a remuneração acontece de forma diferente: Equivale a 70% da Selic + variação da taxa de referência. Em todos os casos, a taxa de referência está presente.

Como você pode, a taxa de referência já esteve muito mais presente na vida financeira dos brasileiros. Hoje, existem novas taxas e índices que são levados em consideração na hora de calcular a rentabilidade de boa parte dos investimentos.

Adicionalmente, apresentando valores tão baixos, a TR tende a não ter grandes impactos nem nos casos com os quais está relacionada – na verdade, desde 1998 a Taxa Referencial não acompanha o aumento dos preços. Apesar disso, não dá para menosprezar a importância histórica que essa taxa adquiriu ao longo das suas mais de três décadas de existência.

Com isso, finalizamos este texto. Esperamos que você tenha gostado de saber mais sobre o que é Taxa Referencial, bem como a função desempenhada por ela na economia e como ela se relaciona com diversos elementos importantes do cotidiano financeiro dos brasileiros.

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