Leitura de 4 min

Fiagro: o irmão caçula dos fundos imobiliários

Você conhece o Fiagro? Uma outra opção de fundo de investimentos para diversificar sua carteira.

Atualizado em

agronegócio é muito importante para a economia brasileira, mas seu financiamento ainda depende em grande parte de recursos públicos. No entanto, o Fiagro (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais), permite que ele receba recursos do mercado de capitais, o que pode ajudar na mudança desse cenário.

A ideia por trás do Fiagro é proporcionar ao agronegócio a mesma injeção de capital que os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) deram ao setor imobiliário.

Existem três tipos de Fiagro. O primeiro é voltado a direitos creditórios, como duplicatas da cadeia do agronegócio, e segue a linha dos FIDCs. O segundo, baseado nos FIPs, é voltado à compra de participações em empresas. Já o terceiro é um fundo de investimento imobiliário, nos moldes dos FIIs.

Antes do surgimento do Fiagro, quem quisesse investir diretamente no setor (e não por meio de um título bancário, a LCA) tinha que se contentar em comprar CRAs (Certificados Recebíveis do Agronegócio).

Neste texto, vamos falar apenas do Fiagro imobiliário (Fiagro-FII), justamente por ser a única categoria acessível ao pequeno investidor.

Relacionadas:

Qual é o público-alvo dos Fiagros?

O Fiagro-FIDC e o Fiagro-FIP são voltados apenas para investidores qualificados, a exemplo dos fundos de investimento que originaram essas duas categorias: FIDC e FIP. Já o Fiagro-FII é aberto ao investidor de varejo e tem tudo para cair no gosto do público que turbinou as captações dos FIIs nos últimos anos.

Ele amplia muito as possibilidades de investimento no agronegócio pelo pequeno investidor, que eram limitadas. A principal delas era a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), em que o comprador do título empresta dinheiro para um banco, que concede crédito a produtores rurais e cooperativas. O acesso ao CRA também é restrito ao público qualificado.

O que tem na carteira de um Fiagro-FII?

Assim como existem fundos imobiliários de papel e de tijolo, com o “irmão” agrário não é muito diferente. Só que no caso do Fiagro os recebíveis são CRAs, e não CRIs. E as propriedades imobiliárias não são urbanas, mas sim rurais – então o melhor é falar em fundo “de terra” e não “de tijolo”.

O que esperar em termos de dividendos?

Enquanto os dividendos dos FIIs vêm dos aluguéis pagos por inquilinos que ocupam lajes corporativas, galpões logísticos e lojas em shopping centers, a renda do Fiagro vem das safras produzidas nas propriedades agrícolas que fazem parte da carteira.

Por que investir em Fiagro-FII pode ser interessante?

A principal vantagem é a possibilidade de obter um rendimento que, de um lado, é totalmente descorrelacionado com a Bolsa – e portanto não sofre com as intempéries desse mercado. De outro, se valoriza tanto com a alta das commodities como com a cotação do dólar.

Outro ponto interessante é a isenção fiscal: a exemplo do que ocorre com os FIIs, as aplicações serão isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas. Não há a incidência do come-cotas, que garfa parte dos rendimentos de outros tipos de fundos duas vezes ao ano.

Quais são os riscos?

O raciocínio é o mesmo que se aplica aos FIIs: estamos no terreno da renda variável, com oscilações para cima e para baixo, portanto um ambiente pouco adequado para a reserva de emergência. É importante pulverizar o investimento entre vários fundos, o que ajuda a diluir os riscos.

O que é preciso ter no radar?

Enquanto no FII de tijolo, as preocupações giram principalmente em torno da vacância dos imóveis, no Fiagro de terra o que importa é a produtividade das plantações. Assim, tudo o que ajude ou atrapalhe as safras – seja a chuva na época certa, seja uma praga de gafanhotos – deve entrar no radar do investidor.

Como escolher um Fiagro?

Como em qualquer outro fundo, é preciso se empenhar em conhecer tanto a gestora como o que está na carteira. A diferença é que o investidor do asfalto terá que navegar por parâmetros do universo agro, com os quais pode não estar acostumado.

Ainda não está usando o C6 Bank? Baixe o app, abra sua conta digital, peça seu cartão sem anuidade (sujeito a análise) com a cor que quiser e aproveite um banco completo com tudo em um só app.

Leia também: Tesouro Direto: o que você precisa saber antes de investir