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Como a Selic impacta os investimentos?

A variação da taxa Selic é essencial para entender a rentabilidade de investimentos de renda fixa e também impacta o mercado de renda variável

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Homem branco olhando gráfico do impacto da Selic e investimentos
Confira a relação entre Selic e investimentos

A taxa Selic é o índice básico de juros da economia brasileira. Isso significa que sua variação terá um grande impacto em diversas áreas de sua vida financeira, como empréstimos, preços, e inclusive seus investimentos.  

A alta ou queda dessa taxa é um dos fatores importantes para determinar sua política de investimentos. Esse é o caso principalmente para a renda fixa, mas produtos de renda variável também podem ser impactados pela Selic de certa forma.  

Por isso, fizemos esse post para explicar o impacto da taxa em seus investimentos e ajudar você a gerenciar sua carteira de acordo com a variação da Selic. Confira as questões que serão respondidas:  

  • Como a alta da Selic impacta os investimentos?  
  • O que é a taxa Selic?  
  • Como a taxa Selic impacta as empresas?  
  • O que o investidor precisa fazer com a alta da Selic?  
  • Como driblar a alta da Selic para não impactar os investimentos 

Quer saber mais sobre a taxa Selic? Confira outros textos do blog do C6 Bank:  

Como a alta da Selic impacta os investimentos?  

A taxa Selic é uma das variáveis mais importantes a impactar produtos de renda fixa no mercado de investimentos. Isso acontece porque os títulos pós-fixados, em sua maioria, têm sua rentabilidade atrelada a ela ou ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), indicador que anda muito próximo à Selic. 

Os títulos prefixados, que são aqueles que já contam com uma valorização definida no momento de sua contratação, também tendem a apresentar rentabilidades mais altas em momentos de alta da taxa básica de juros. 

Assim, é natural que as flutuações da Selic também mudem o comportamento dos investidores, que passam a procurar os produtos mais favorecidos pela alta ou baixa do instrumento. 

São duas categorias principais dentro dos investimentos: a renda fixa e a renda variável. Cada uma delas é impactada pela taxa Selic de forma diferente, como vamos explicar abaixo:  

Renda fixa  

Os investimentos de renda fixa são aqueles cuja rentabilidade é definida no momento da contratação. São dois tipos de produtos nessa categoria: os prefixados e os pós-fixados.  

Os produtos pós-fixados estão atrelados a um determinado índice, que costumam ser a taxa DI, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ou a própria Selic. Isso significa que a rentabilidade dos produtos que fazem parte dessa categoria é impactada diretamente por suas variações. Por exemplo, com o aumento da taxa básica de juros, os rendimentos dos papéis pós-fixados sobem automaticamente.  

Já no caso dos produtos prefixados, a rentabilidade é definida já no momento da compra do título em questão. Títulos prefixados passam pelo que se chama de marcação a mercado, fenômeno onde o seu valor de face pode se elevar ou recuar conforme a variação da taxa DI. 

Isso implica que, em momentos de alta na Selic, por exemplo, manter seu patrimônio preso a uma taxa fixa de rendimento pode ser uma má ideia. Caso o investidor decida se desfazer de seu papel antes de seu vencimento em um caso como esse, pode acabar encarando até mesmo prejuízo. 

Renda variável  

A renda variável, por sua vez, não tem uma rentabilidade fixa, e é indicada para perfis de investidor mais arrojados e para objetivos de longo prazo. Nesse caso, não é possível prever se a aplicação se valorizará ou não. Essa variação dependerá de diversos fatores, como o câmbio, o momento econômico e as relações de oferta e demanda. Isso quer dizer que a Selic também impacta de certa forma os investimentos de renda variável. 

Em momentos de alta da taxa, por exemplo, muitos investidores passam a procurar opções de renda fixa, que se tornam mais rentáveis. Nesse caso, entra uma conta chamada “custo de oportunidade”.

Exemplificando: em um cenário onde a taxa básica de juros do Brasil seja de 10% ao ano, aplicações em renda variável só passam a fazer sentido caso o investidor acredite que consegue superar essa rentabilidade. Quanto mais alta a taxa, maior o custo de oportunidade. 

Além disso, momentos de elevação na Selic costumam estar acompanhados de maior grau de incerteza na economia e também picos inflacionários. Tudo isso faz com que a renda variável se torne menos atrativa, o que pode fazer com que ações na bolsa caiam.  

Mas o que é a taxa Selic?  

O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) é administrado pelo Banco Central e é onde são feitas as transações de títulos públicos federais. É a partir da média ajustada dos financiamentos diários negociados que a taxa Selic é gerada.  

Esse instrumento também é utilizado pelo Banco Central como uma forma de conter o aumento da inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão responsável por definir e divulgar a meta para a Selic, e esse valor será usado para determinar a taxa efetiva de juros. Esse comitê se reúne a cada 45 dias.  

O instrumento impacta todas as taxas de juros no Brasil, como em empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e investimentos. Por ser usada para controlar a inflação, a Selic tem grande impacto nos preços e, consequentemente, em nossos hábitos de consumo.  

Isso significa que a tendência é que, com o aumento da taxa Selic, a inflação fique mais baixa, favorecendo os preços. Com a redução do instrumento, soluções de crédito estarão mais acessíveis, o que estimula investimentos, consumo e aumenta a demanda.  

Como a taxa Selic é obtida?  

Como já citamos, o Copom faz uma reunião a cada 45 dias para determinar a meta para a Selic. Nesse encontro, os integrantes do comitê discutem os diversos fatores que impactam o cenário econômico e, a partir disso, definem se haverá ou não variação na taxa e, se sim, em qual magnitude. 

Algumas das principais condições avaliadas são as expectativas para a economia nacional e internacional, a variação da inflação e o comportamento dos consumidores e do mercado . Além destes, vários outros fatores econômicos são avaliados durante esses encontros.  

Como a taxa Selic impacta as empresas?  

A taxa Selic também pode ter grandes impactos no orçamento e operação de empresas. Como já explicamos, um aumento da Selic significa maiores juros para empréstimos como financiamentos, capital de giro, cartão de crédito, entre outros. Portanto, se o negócio está quitando algum desses produtos, o dinheiro a ser desembolsado para pagar as parcelas poderá ser maior.  

Além disso, essa alta também implica em potenciais quedas no consumo e no poder de compra, o que afeta toda a cadeia de consumo. Esse cenário também pode impactar negativamente os papéis listados em bolsa. No entanto, existem algumas áreas que podem se beneficiar da valorização da Selic, como bancos e seguradoras, por exemplo. 

O que o investidor precisa fazer com a alta da Selic?  

A alta da Selic é um cenário em que os juros das aplicações de renda fixa vão aumentar, o que tornará esse investimento mais atrativo quando comparado à renda variável, que pode sofrer com incertezas no mercado. Por isso, muitos investidores passam a focar em produtos com rentabilidade pós-fixada, que podem valer mais a pena nesses momentos.  

Contudo, não existe uma fórmula pronta para investir. As opções em que você vai aplicar devem fazer sentido para seus objetivos e seu perfil de investidor. A diversificação costuma ser o caminho mais importante para estar preparado para qualquer cenário. 

Como driblar a alta da Selic para não impactar os investimentos 

Primeiramente, é importante ressaltar que independentemente de sua estratégia de investimentos, ela será impactada de alguma forma pelas flutuações da Selic. Por isso, a estratégia deve ser feita com o objetivo de evitar possíveis prejuízos.  

Mesmo que as opções de renda fixa pareçam mais atrativas em momentos de alta da Selic, o recomendado será sempre diversificar suas aplicações em diferentes produtos e mercados. Assim, é possível maximizar a relação entre risco e retorno em seus investimentos.  

Ao manter seus recursos em um só tipo de produto, uma variação brusca ou inesperada pode comprometer todo o seu patrimônio, principalmente em momentos de incerteza. O Prof. Liao Yu Chieh, head de educação financeira do C6 Bank, explica: “Quando você concentra tudo em um único investimento, você vai ficar totalmente exposto a qualquer evento que possa impactar esse produto”.  

E você pode fazer isso de forma automática com o C6 TechInvest, a tecnologia de investimentos do C6 Bank. Nosso algoritmo monta uma carteira balanceada personalizada ao seu perfil de investidor, com produtos no Brasil e no exterior.

São três tipos de carteira: de ativos globais, de ações e de fundos de investimento. Além disso, sua carteira é ajustada automaticamente de acordo com as movimentações do mercado. Agora que você já aprendeu um pouco mais sobre como a variação da Selic impacta seus investimentos, que tal começar a investir? 

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Informações sobre os produtos e serviços do C6 Bank vigentes na data da postagem deste texto. As regras e condições de cada produto e/ou serviço podem ser posteriormente alteradas. Consulte os termos vigentes no momento da contratação pelo app. 

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