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O que são e como funcionam as bolsas de valores?

Tudo o que você precisa saber sobre as bolsas do Brasil e do mundo

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Mulher de roupa social olhando para a câmera pensando nas bolsas de valores

Quem tem o costume de acompanhar as notícias do dia sabe que é muito comum encontrar matérias que falam sobre as máximas, mínimas ou até mesmo se a bolsa de valores de um determinado lugar caiu ou subiu. Porém, antes de analisar o desempenho, é essencial compreender o que é a bolsa de valores e como ela funciona.

De maneira resumida, é possível dizer que a bolsa de valores no mundo todo é um tipo de empresa na qual são negociados papéis do mercado, como ações, por exemplo.  

Mas não para por aí. As bolsas de valores são essenciais para muitos outros produtos do meio financeiro. Por isso, a alta e baixa dos índices  são acompanhadas de perto por empresários, acionistas e até mesmo pelo governo, uma vez que elas impactam diretamente na economia.

Pensando em explicar melhor o que é bolsa de valores, como ela funciona, qual o seu impacto e muito mais, o C6 Bank preparou este texto. Nele, você encontrará as respostas para as seguintes questões:

  • O que é bolsa de valores?
  • Qual o papel principal da bolsa de valores?
  • Como funciona a bolsa de valores?
  • Estratégias de investimento na bolsa
  • Quais os ativos negociados na bolsa de valores?
  • Bolsa de valores brasileira
  • Bolsas de valores internacionais
  • Vale a pena investir na bolsa?
  • Quais os horários de negociação na bolsa de valores?
  • Como minimizar os riscos de investir na bolsa?
  • Como investir na bolsa com o C6 Bank?

Gostaria de ler mais textos relacionadas a bolsas de valores e seus índices? Confira algumas matérias que separamos para você:

O que é bolsa de valores?

A bolsa de valores é um ambiente de negociação, no qual os investidores podem comprar e vender valores mobiliários. Dentre os diferentes tipos destes ativos estão as ações de empresas, fundos imobiliários (FIIs), Exchange Traded Funds (ETFs), Brazilian Depositary Receipts (BDRs), opções e outros títulos.

A função da bolsa pode ser observada sob duas perspectivas diferentes: a dos que negociam e a das empresas. Para os primeiros, o principal objetivo das operações é ter ganho com investimentos. Já para empresas, a bolsa de valores é umcaminho para captar recursos e transformar a companhia em sociedade anônima de capital aberto. 

Essas duas perspectivas auxiliam na distinção do mercado primário e secundário da bolsa. Entenda mais sobre eles:

  • Mercado primário: nele, empresas negociam diretamente com investidores e o destino final do dinheiro arrecadado é o caixa da companhia;
  • Mercado secundário: neste outro tipo de mercado, investidores compram e vendem entre si ações já existentes. Ou seja, a operação não envolve o caixa da empresa.

Por fim, é válido destacar que a existência da bolsa de valores é essencial para garantir segurança nas negociações dos títulos das empresas e um bom funcionamento do mercado financeiro.

Qual o papel principal da bolsa de valores?

A bolsa de valores impacta diretamente no dia a dia das pessoas. Isso porque ela é responsável por:

  • Listar e negociar as ações;
  • Liquidar compras e vendas;
  • Tornar as transações mais seguras e transparentes. Um exemplo é que a bolsa de valores brasileira é supervisionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula e fiscaliza o mercado financeiro.
  • Possibilitar o crescimento de empresas, aumentando assim a competitividade no mercado;
  • Divulgar todas as informações relacionadas ao mercado financeiro.

Como funciona a bolsa?

A melhor maneira de entender o dia a dia da bolsa de valores é compreender desde o momento em que uma determinada empresa deseja abrir capital, ou seja, vender suas ações no mercado.  

Tudo começa quando uma companhia realiza o Initial Public Offering (IPO, na sigla em inglês) e lança suas ações na bolsa de valores. Na sequência, fica sob responsabilidade das corretoras de valores coordenadoras da oferta vender as ações para os primeiros investidores e repassar o capital de volta para a empresa.  

Feito o IPO, as ações passam a ser negociadas na bolsa em que a empesa foi listada entre os próprios investidores. Porém, a grande diferença é que a quantia gerada passa de um comprador para o outro.

Depois isso, todos os investidores que têm ações podem enviar uma ordem de venda na sua corretora por um determinado preço, registrando-a na bolsa. Caso outra pessoa deseje comprar, será enviada uma ordem no mesmo valor e a negociação será consolidada.  Esse é o tipo de negociação mais simples e clássico dentro desse tipo de mercado.

Fica então na responsabilidade das bolsas de valores de todo o mundo garantir que o primeiro investidor receba o valor por suas ações que foram vendidas e, na sequência, que a segunda pessoa receba as ações negociadas.

Graças à tecnologia, todo esse processo e funcionamento da bolsa de valores pode ser feito através da internet, em plataformas online. Há, inclusive, muitas corretoras com plataformas próprias, sendo algumas conhecidas como home broker.

Estratégias de investimento na bolsa

Ao continuar a analisar o funcionamento da bolsa de valores, é preciso entender que existem diferentes estratégias de investimento que podem ser utilizadas por investidores e especuladores. Para escolher a melhor opção é imprescindível levar em consideração o perfil de investidor e os objetivos no mercado acionário. As principais são:

  • Day trade: operação na qual a compra e venda de ações é realizada no mesmo dia. Algumas desvantagens nesta estratégia são a tributação mais alta, com uma alíquota de 20% sobre o lucro líquido, e a necessidade de um conhecimento avançado, já que as operações são arriscadas, podendo gerar grandes perdas, e é necessário ter tempo disponível para acompanhar as movimentações da bolsa em tempo real.
  • Curto prazo: operações feitas em um horizonte entre dias e até um ano. Tipo de negociação mais comum na bolsa de valores. A dica para adotar esta estratégia é optar por ações de liquidez elevada, já que elas são mais fáceis de vender.
  • Longo prazo: interessante para os investidores que desejam ganhar dividendos de uma empresa. Nesta estratégia, a técnica mais utilizada é a position trade, na qual as posições das ações são mantidas por mais tempo, sem ter a necessidade de acompanhar diariamente o movimento da bolsa. Warren Buffett, um dos maiores investidores da história do mercado, é um grande adepto desta estratégia, sendo conhecido como o pai do Buy and Hold (comprar em manter). Buffett contabiliza um patrimônio estimado em mais de 100 bilhões de dólares, após investir em centenas de empresas norte-americanas, como Walt Disney Company e Coca Cola Company, e adquirir a Berkshire Hathaway, sua atual holding de investimentos.
  • Long and short: recomendada para os perfis mais arrojados, consiste na operação de vender ações antes mesmo de comprá-las. Esta estratégia, que é efetivada apenas quando há o aluguel de ações, possibilita o ganha mesmo quando o mercado está em queda. O long and short consiste em operações em pares. Ou seja, no lado vendido está o papel que o investidor acredita que vai cair e, no lado comprado, o papel que confira que irá subir.    

Quais os ativos negociados na bolsa de valores?

Na B3, é possível encontrar os seguintes ativos:

  • Ações: emitidas por empresas que desejam ter um crescimento mais rápido do que através dos empréstimos bancários. Existem dois tipos:
  • Ações ordinárias: dão ao investidor o direito de voto nas assembleias de acionistas;
  • Ações preferenciais: permitem aos investidores receberem dividendos maiores do que nas ordinárias.
  • Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs): ativos negociados no pregão da bolsa, nos quais é feito geralmente o aluguel de uma propriedade imobiliária (como galpões industriais, shoppings e hospitais) e há o lucro com a locação dessa cesta de bens. A exceção fica por parte dos fundos de papéis, que são fundos que investem em FIIs ou em papéis lastreados em crédito imobiliário, como Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Letra de Crédito Imobiliário (LCIs).
  • ETF: sigla para Exchange Traded Fund, são fundos passivos com o objetivo de acompanhar um determinado benchmark (cesta de ativos). Neste tipo de investimento, fica sob responsabilidade das gestoras o rebalanceamento da carteira para acompanhar a movimentação do mercado. Vale ressaltar que este tipo de ativo costuma ter taxas menores e tende a ser beneficiado diretamente por aumentos generalizados no mercado que acompanham.
  • Brazilian Depositary Receipts (BDRs): vistos como uma forma indireta de investir em ativos estrangeiros. Isso porque são considerados certificados de depósito representativos de empresas listadas em bolsas no exterior, mas com negociação na forma de recibos dos papéis na B3.
  • Opções: conferem aos titulares o direito de comprar (call) ou vender (put) ativos em uma data futura por um preço determinado. Vale ressaltar que as calls ficam mais caras quando os ativos base se valorizam, e os puts são beneficiados de cenários de queda. Os minicontratos são também considerados como opções e se caracterizam por serem partes ou frações de uma negociação de um contrato futuro do índice, como o Ibovespa, ou dólar.          

Bolsa de valores brasileira

A bolsa de valores brasileira é a B3, sigla para Brasil, Bolsa, Balcão. Porém, para chegar ao que é hoje, ela possou por diversas mudanças.

A história da bolsa de valores no Brasil começou em 1890, quando foi criada a Bolsa Livre por Emílio Rangel, que durou por apenas um ano. Em 1895 foi criada a Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo, que teve o nome alterado, em 1934, para Bolsa Oficial de Valores de São Paulo. Em 1967 houve uma nova mudança e a bolsa passou a ser chamada de Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa.

Na época, o Brasil contava com cerca de 27 bolsas espalhadas pelos estados, sendo a bolsa de valores do Rio de Janeiro a mais relevante, já que era onde estavam concentradas as negociações das maiores empresas de capital aberto do país.  

Porém, com os crashes do mercado da década de 70, a bolsa do Rio perdeu força e, em 2000, houve a fusão entre São Paulo, Rio de Janeiro e as bolsas de Minas, Espírito Santo e Brasília (BOVMESB).

Em 2008 a Bovespa se fundiu com a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), considerada a maior bolsa do Brasil na negociação de contratos de mercadorias. Nela, eram negociadas ações, cotas de fundos de investimento, preços de bens agrícolas, recursos naturais (commodities), títulos públicos e privados. Portanto, com a fusão, foi criada a BM&F Bovespa.

Uma década depois, em 2017, a BM&F Bovespa se fundiu com a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip), que concentrava negociações no mercado balcão, criando assim a B3.

Hoje em dia, a B3 é a responsável pela maior parte das transações de títulos e valores mobiliários no Brasil, se destacando na negociação de ações das empresas de capital aberto.

Saiba mais sobre a B3 aqui.

Bolsas de valores internacionais

Há diversas bolsas de valores internacionais, porém existem 5 principais que marcam grande presença no mercado financeiro global. Descubra quais são:

New York Stock Exchange (NYSE)

Criada em 1792, a bolsa de valores de Nova York é considerada a com maior giro financeiro do mundo em um único dia (aproximadamente US$ 170 bilhões).

Na listagem estão mais de 3 mil empresas, concentrando assim mais de 30% da capitalização do mercado global. A maioria das negociações nesta bolsa ocorrem de forma eletrônica (devido a modificações após a pandemia), porém há a possibilidade do pregão presencial.

Nas negociações da NYSE é possível encontrar as seguintes companhias:

  • Coca-Cola
  • Disney
  • Walmart
  • J.P. Morgan
  • Mastercard

Vale também ressaltar que esta bolsa de valores de Nova York é responsável pelos índices S&P 500 (SPX), que rastreia as atividades de 500 empresas de altíssimo valor, e Dow Jones Industrial Average (DJIA).

NASDAQ

NASDAQ é a sigla para National Association of Securities Dealers Automated Quotation, reconhecida como a segunda maior bolsa de valores do mundo.

Na sua lista estão mais de 3.800 empresas, que em valor de mercado somam mais de US$ 23,46 trilhões (dados referentes a 2021). Dentre a grande maioria estão empresas de tecnologia, como a Amazon, Apple, Meta e Google.

Com operações 100% online, esta bolsa, apesar de estar atrás da NYSE, é considerada a com maior volume de negócios por hora no mercado global.

Saiba mais sobre a NASDAQ aqui.

Shanghai Stock Exchange

Na China existem três bolsas de valores, e a bolsa de Xangai é a maior delas. Responsável pela negociação de ativos chineses, como ações, fundos e títulos, é liderada pela China Securities Regulatory Commision (CSRC), uma instituição governamental.

Dentre as empresas listadas estão o Bank of China, a PetroChina Company (maior petrolífera chinesa), o AgBank (banco agrícola chinês) e a Foshan Haitian Flavouring & Food Co (maior fabricante de molho de soja do mundo).

Euronext

Fundada em 2000, a Euronext é resultada da fusão entre as bolsas de Paris, Bruxelas e Amsterdã, onde está sediada. Dentre os ativos disponíveis nesta bolsa estão ações, fundos, warrants e certificados, títulos, derivativos, commodities e índices.   

Dentre as empresas que compõem sua lista estão:

  • Carrefour
  • Heineken
  • L’Oréal
  • Renault
  • Unilever

Tokyo Stock Exchange

Esta bolsa foi fundada em 1878, porém com o nome de Tokyo Kabushiki Torihikijo. Em 1943 se uniu a outras 10 bolsas de valores do Japão e ganhou o nome atual.

Considerada a maior bolsa de valores da Ásia, a TSE conta com um índice extremamente importante, o Nikkei 225, composto por 225 ações das maiores companhias japonesas de primeira linha negociadas na bolsa de Tóquio, como a Nintendo, Honda, Nissan e Mitsubishi.

Vale a pena investir pela bolsa de valores?

Sim. Ao investir pela bolsa de valores, o investidor aceita enfrentar mais riscos, porém com a possibilidade de ter ganhos mais expressivos e com transações com um nível maior de segurança.

Dentre as vantagens de investir na bolsa estão:

  • Não é necessário investir muito dinheiro para começar;
  • Não há carência, porém é importante estar atento à liquidez. Ações negociadas no mercado fracionário ou então de empresas menos conhecidas, por exemplo, podem ser mais difíceis de serem vendidas;
  • Há maior potencial de retorno do mercado no longo prazo;
  • Há possibilidade de receber dividendos das empresas;
  • Caso venda menos de R$ 20 mil no mês, há isenção de Imposto de Renda;

Quais os horários de negociação da bolsa de valores?

Se você está entrando agora no mundo de investimentos de bolsas de valores, precisa saber que não é possível comprar e vender ações a qualquer hora do dia. Mas, antes de descobrir quais são os horários, vale entender o vocabulário das negociações: 

  • Pré-abertura: momento em que o preço de um ativo é determinado, com base nas análises das ordens de venda das ações; 
  • Call de fechamento: ocorre 5 minutos antes do fechamento do mercado e interfere apenas no valor das ações que compõem algum índice da B3.   
  • After Market: oportunidade para investidores realizarem ajustes nas ordens ou para quem não conseguiu operar no pregão normal. Nele são negociadas apenas ações que compõem o Índice Bovespa e há limite de oscilação de 2% negativo ou positivo. 

Vale ressaltar que a bolsa abre somente em dias úteis. Além disso, seus horários de funcionamento são alterados, geralmente dos meses de novembro a março, para estarem em sincronia com as bolsas de Nova York.  

Confira os horários de negociação no site da B3.  

Como minimizar os riscos de investir na bolsa?

A melhor dica para investidores que desejam entrar no mercado acionário  é ter paciência e constância.

Em primeiro lugar, é importante ter em mente que os ganhos relevantes demoram para chegar, já que os juros compostos ganham força apenas com a passagem do tempo.  

Em segundo, vale ter disciplina e constância. Ou seja, além de anotar todas as movimentações, é preciso investir recorrentemente em renda variável para assim diversificar a carteira e ter maiores chances de retorno.

Uma outra dica para minimizar os riscos é analisar e replicar metodologias bem-sucedidas no passado. Um exemplo é a análise fundamentalista, que reforça a importância de investimentos a longo prazo para evitar retornos negativos.

Como investir na bolsa com o C6 Bank?

Com o C6 Invest é possível entrar no mercado da bolsa de valores brasileira. O melhor: com o mesmo aplicativo do C6 Bank que você realiza as transações diárias é possível investir em diversos ativos como ações, FIIs, ETFs e Brazilian Depositary Receipts (BDRs).

O processo é descomplicado e não há taxa de corretagem. Ou seja, será preciso pagar apenas a taxa da B3, que varia de acordo com a quantidade de papéis adquiridos.

Confira o passo a passo a seguir:

  • No menu principal do app do C6 Bank, acesse a área do C6 Invest. Nela, há uma aba dedica à “renda variável” e a sua esquerda é possível verificar o ticker dos papéis disponíveis;  
  • Escolha o ativo;
  • Você será direcionado para uma aba com a variação do dia para a ação escolhida e o último valor negociado. Caso esteja de acordo, clique em “Comprar”.
  • Determine a quantidade de papéis que deseja adquirir. O procedimento padrão do app do C6 Bank é começar com a quantia de 100 ações, porém é possível diminuir este valor ao tocar no sinal de menos, no lado direito do número de ações, método conhecido como fracionário de ações, que possibilita um investimento inicial menor.
  • Na tela final da compra você poderá conferir todos os valores e a taxa da B3. Feito isso, é só enviar a ordem de compra. Quando algum vendedor aceitar as condições propostas, a ação entrará para sua carteira.
  • Caso deseje verificar o andamento das negociações, basta voltar ao menu principal do C6 Invest.

Agora você já conhece melhor tudo sobre as bolsas de valores do Brasil e do mundo. Sabe como elas funcionam, quais os ativos disponíveis para negociação, quais os horários de funcionamento e até mesmo como pode investir na bolsa brasileira com o app do C6 Bank.

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