Leitura de 11 min

O que é um fundo de ações? Vale a pena investir?

Os fundos de ações são uma forma de investir em papéis de empresas sem precisar lidar diretamente com o dia a dia do mercado financeiro

Atualizado em

homem branco andando na rua à noite segurando celular enquanto pesquisa sobre fundo de ações
Um fundo de ações pode ajudar você a acessar ativos mais complexos sem precisar lidar diretamente com eles

Um fundo de ações pode ser uma alternativa interessante para quem deseja investir em ativos de renda variável na Bolsa de Valores sem a necessidade de operar diretamente no pregão. Seja por falta de tempo ou de interesse, muitas pessoas preferem não acompanhar o mercado, e os fundos ajudam o investidor a terceirizar essa responsabilidade, deixando-a nas mãos de um gestor profissional.

Além dessas, há várias outras vantagens em investir em um fundo de ações. Neste post, explicaremos com mais detalhes o que é esse produto, como ele funciona e como você pode investir nele da melhor forma. Você vai ler:

  • O que é um fundo de ações?
  • Como o fundo de ações funciona?
  • Fundos de ações pagam dividendos?
  • Os fundos de ações têm IOF?
  • Quem investe em fundo de ações paga Imposto de Renda?
  • Como funciona o resgate dos fundos de ações?
  • Quais as vantagens e riscos desse tipo de investimento?
  • O que avaliar para escolher o melhor fundo de ações para sua carteira
  • É melhor investir em fundos de ações ou ações?

Quer conhecer melhor o mercado de renda variável? Então leia também esses posts que separamos para você:

O que é um fundo de ações?

Um fundo de ações é uma modalidade de fundo de investimento. Em outras palavras, é um tipo de aplicação em que os aportes são feitos de maneira coletiva. O objetivo de um fundo dessa categoria é o lucro pelos rendimentos que acompanham o desempenho de ações negociadas na Bolsa.

Por sua natureza, os fundos de ações têm a obrigação de aplicar pelo menos dois terços de seu patrimônio em ações ou ativos relacionados, como cotas de outros fundos ou os Brazilian Depositary Receipts (BDRs). Para evitar que a carteira fique excessivamente volátil, é comum que parte do terço restante seja aplicada em produtos de menor volatilidade, a fim de balancear diferentes fatores.

Como o fundo de ações funciona?

Da mesma forma que outros fundos de investimentos. Basicamente, os investidores interessados compram pequenas partes do fundo, chamadas de cotas. Ao fazerem isso, tornam-se cotistas, e formam uma espécie de condomínio em que todos os aportes são condensados em um patrimônio único.

O responsável por direcionar esse dinheiro para os produtos alvo é um gestor profissional. Seguindo uma estratégia predefinida nas políticas do fundo, ele aplica o patrimônio em diferentes ações. Caso elas se valorizem, os rendimentos são então divididos entre os cotistas de forma proporcional ao tamanho do investimento de cada um.

Fundos de ações pagam dividendos?

Não diretamente. Existem fundos que são voltados especialmente a empresas que consistentemente pagam dividendos, os chamados fundos de dividendos. Em geral, gestores dessa categoria costumam dar preferência aos negócios com alto índice de dividend yield (DY) – rendimento do dividendo –, como os do setor elétrico e de serviços públicos.

O mercado acionário, no entanto, é bastante amplo. É possível montar uma série de carteiras com as opções disponíveis. Alguns dos tipos de fundos de ações que você encontrará além dos de dividendos são:

  • Fundos de small caps: são chamadas de small caps as empresas listadas na Bolsa com menor valor de mercado. Quando um fundo investe mais de 85% de seu patrimônio nelas, passa a ser visto como um fundo de small caps.
    Vale notar essa categoria costuma apresentar uma volatilidade ainda mais elevada: em função dos papéis dessas corporações serem negociados com menor frequência, é mais comum observar sobressaltos nas suas cotações.
  • Fundos setoriais: categoria em que se encaixam os fundos que investem apenas em companhias de um mesmo setor ou conjunto de setores correlacionados. Por exemplo: fundos de ações de empresas aeronáuticas, do agronegócio, de biotecnologia, energéticas, entre outros.
  • Fundos de investimento no exterior: nesse caso, a única diferença é que pelo menos 40% dos investimentos são feitos em bolsas estrangeiras. Não há restrição, no entanto, ao tipo de ação comprada com o patrimônio do fundo.

Os fundos de ações têm IOF?

Sim. A cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ocorre de forma análoga ao observado em outros produtos: basicamente, o tributo incide sobre o rendimento no momento em que o resgate é feito. A alíquota não é a única, e varia de 96% a 0%, dependendo do tempo em que o dinheiro permaneceu aplicado. Confira a tabela a seguir:

Dias%Dias%
1961646
2931743
3901840
4861936
5832033
6802130
7762226
8732323
9702420
10662516
11632613
12602710
1356286
1453293
1550300

Quem investe em fundo de ações paga Imposto de Renda?

Sim. O Imposto de Renda incide sobre a rentabilidade, com uma alíquota fixa de 15% cobrada na fonte. Em outras palavras, se um investimento feito por você rende 20%, é sobre esses 20% que o IR será cobrado.

Vale notar: embora em outras modalidades de fundos de investimentos a cobrança do Imposto de Renda seja semestral, no caso de um fundo de ações ela só ocorre no momento em que as cotas são resgatadas.

Como funciona o resgate dos fundos de ações?

Depende do tipo de fundo. Isso porque, além das subcategorias que mencionamos anteriormente (de dividendos, setoriais, de small caps e de investimento no exterior), há um outro tipo de categorização que influencia no modo de resgate dos rendimentos. Nesse caso, a divisão é em fundos abertos e fechados.

Um fundo aberto permite que aportes e resgates sejam feitos a qualquer momento. Dessa forma, o investidor pode entrar, aumentar sua participação ou sair do fundo quando desejar.

Esse não é o caso em um fundo fechado. Os aportes e resgates não são permitidos, de tal maneira que os cotistas só conseguem fazer seus investimentos durante períodos em que o fundo está aberto para captação. Fora desses momentos, a única forma de negociar as cotas é pela compra e venda delas entre investidores, na Bolsa. Resgates, por sua vez, precisam ser solicitados, o que pode ser feito a qualquer momento, sob análise.

Quais as vantagens e riscos desse tipo de investimento?

Investir em um fundo de ações proporciona diversas vantagens. A principal delas é a oportunidade de contar com o trabalho de um gestor profissional. Para investidores menores ou menos experientes, aplicar no mercado financeiro pode ser uma tarefa difícil e intimidadora. Com o apoio de um gestor que faz suas escolhas a partir de diversos critérios e análises, no entanto, é possível aproveitar as oportunidades dessa área com mais tranquilidade.

Além disso, esses fundos também ajudam quem deseja diversificar a carteira. Isso porque, na maior parte dos casos, o gestor não aplicará em um único ativo ou empresa, a não ser que a estratégia do fundo tenha estabelecido isso anteriormente. Na prática, isso significa que seus rendimentos não ficam atrelados a um único risco, o que ajuda a trazer maior proteção contra prejuízos, além de potencializar os retornos. Na prática, essa diversificação dificilmente seria realizada por um investidor sozinho, especialmente levando em conta o alto grau de sofisticação de algumas das estratégias.

Por outro lado, investir em um fundo de ações vem com alguns riscos e desvantagens, como o fato de investidores mais experientes não terem voz sobre as decisões e escolhas feitas pelo gestor.

Vale notar ainda que, embora profissionais, os gestores são humanos, e podem cometer erros ou adotar estratégias equivocadas. Nesses casos, não há compensação: os cotistas saem prejudicados em conjunto. Esse ponto é especialmente digno de atenção entre os fundos que permitem alavancagem, isto é, a operação de volumes financeiros maiores do que o patrimônio que se detém. Embora aumente ainda mais o potencial de ganhos, também expõe os cotistas a riscos mais elevados.

Por fim, por serem de renda variável, esses ativos naturalmente apresentam maior risco. São menos previsíveis e, apesar de terem maior potencial de rentabilidade, também contam com maior volatilidade, sendo suscetíveis a uma série de variações do mercado.

imagem ilustrando a oscilação da cotação de vários ativos que compõem um fundo de ações
Os ativos que compõem a carteira de um fundo de ações tendem a apresentar grande volatilidade

O que avaliar para escolher o melhor fundo de ações para sua carteira

Para escolher o fundo mais adequado para você e seu perfil de investidor, é necessário levar em consideração todas as informações dadas até agora, e mais algumas. Vamos recapitular alguns dos principais pontos a seguir.

Risco

Primeiro, é necessário que você entenda e esteja de acordo com o risco oferecido por esse produto. Se questione – em relação ao seu nível de conhecimento sobre ele, a como você reagiria se o valor das suas cotas sofresse uma grande variação em um pequeno período de tempo, tanto para cima quanto para baixo, entre outros pontos.

Evite se deixar levar pelo histórico de rentabilidade: se você não estiver preparado para lidar com esse risco, as chances de um prejuízo são mais elevadas.

Aporte inicial

Outro ponto de atenção é o aporte inicial. Embora proporcionem uma maior acessibilidade para os cotistas, isso não significa que qualquer pessoa consegue investir em um fundo de ações. Algumas carteiras mais sofisticadas e complexas podem chegar a ter um investimento mínimo de até mais de R$ 50 mil. Na média, no entanto, é possível se tornar cotista de um fundo a partir da faixa dos R$ 500.

Pode ser, ainda, que o fundo solicite valores mínimos para os aportes seguintes, mais baixos. Por isso, pesquise bastante as opções oferecidas para garantir que está escolhendo uma alternativa que cabe no seu bolso.

Liquidez

De forma geral, o prazo de resgate das cotas fica especificado nas políticas do fundo. Um fundo com data de conversão D+2, por exemplo, fará o cálculo e o depósito do dinheiro dois dias úteis após a solicitação do resgate.

No mercado, é possível encontrar uma série de fundos com diferentes prazos. Para quem prefere uma liquidez mais alta e a possibilidade de acessar o dinheiro com rapidez, fundos D+1 podem ser mais interessantes, ainda que mais raros dentro do mercado de ações. Já para investidores dispostos a deixar o dinheiro aplicado por mais tempo, há opções com prazo de até 90 dias úteis.

Histórico do fundo

Quando já tiver definido algumas opções de fundos, também pode ser interessante procurar conhecer o histórico deles, a fim de entender como se desempenharam no passado. Embora rentabilidade passada não signifique retorno futuro, você consegue identificar padrões de comportamento do gestor da carteira. Além disso, entende os ativos para os quais ela dá preferência – ambas informações de alta relevância, diretamente relacionadas com os seus possíveis rendimentos. Essas informações podem ser consultadas nos sites da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Taxas e custos

Já falamos da tributação incidente sobre os fundos de ações ao longo do texto. No entanto, há outros custos que devem ser levados em consideração, como as taxas cobradas por muitos deles. A principal delas é a taxa de administração, recolhida em nome dos serviços prestados pelos responsáveis por gerir o fundo.

Além dela, também há a taxa de performance, uma espécie de bônus cobrado quando o gestor consegue para o fundo rendimentos superiores ao seu índice de referência.

É melhor investir em fundos de ações ou ações?

Depende dos aspectos priorizados por cada investidor. Se você está procurando maior praticidade e uma forma de investir sem precisar se preocupar tanto com as nuances do mercado financeiro, um fundo de investimento em ações pode ser uma boa ideia – afinal, você estará usufruindo do serviço de um gestor especializado e pago para exercer essa função.

O mesmo vale para quem está preocupado com a questão tributária: no caso dos fundos, a cobrança do Imposto de Renda, por exemplo, incide apenas no momento do resgate e já é feita automaticamente pela plataforma que você usa para investir. Para quem prefere fazer seus aportes diretamente na Bolsa, por outro lado, é necessário calcular todos os meses a quantia devida e emitir um Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), adicionando uma camada extra de trabalho.

Já se você prefere tomar as próprias decisões e não se incomoda em ter um pouco a mais de trabalho em troca, o investimento direto na Bolsa talvez seja interessante para você.  

A boa notícia é que, com o C6 Bank, você pode fazer os dois. Para isso, basta seguir o passo a passo abaixo:

  1. Abra o app do C6 Bank e, na página inicial, toque em “C6 Invest”;
  2. Na página seguinte, você verá uma seção chamada “Self-service”. Nela, estarão as duas opções que você procura:
    • Para investir em um fundo de ações, toque em “Fundos”. Na sequência, selecione “Filtros” e marque o quadradinho de “Fundos de Ações”. Depois, é só selecionar a opção desejada dentro do nosso catálogo.
    • Já para investir diretamente em ações, toque em “Renda variável” no Self-service. Em seguida, você terá acesso a todo o nosso portfólio, incluindo ações nacionais, internacionais (BDRs), fundos imobiliários, contratos futuros e fundos de índices (ETFs).

Você chegou ao final deste post. Esperamos que tenha gostado de saber mais sobre o que é um fundo de ações, como eles funcionam, seus custos, vantagens, riscos, bem como uma série de outras características relacionadas a esse tipo de investimento.

Os fundos de ações são apenas uma das opções de fundos de investimentos disponíveis no mercado. Agora que os conhece, leia e aprenda também sobre outras modalidades:

Ainda não está usando o C6 Bank? Baixe o app, abra sua conta digital, peça seu cartão sem anuidade (sujeito a análise) com a cor que quiser e aproveite um banco completo com tudo em um só app.